Nenhum Homem Conhece a Minha História: A Vida de Joseph Smith (Nova Iorque: Vintage Books, 1995) de Fawn M. Brodie (1915-1981), pp. 1-15. Capítulo 1: Os Deuses Estão Entre o Povo
A vergonha que Sharon em tempos sentiu desapareceu com o tempo. A igreja que Joseph fundou é eminentemente respeitável, e a cidade sonhadora no Vale do Rio Branco, onde ele nasceu, abandonou desde então a esperança de ser notada por qualquer outra coisa. Perto dali, num dos adoráveis montes típicos da Nova Inglaterra, está um santuário que atrai peregrinos Mórmons de longe e faz parar muitos transeuntes. Muito para oeste estão as áreas geográficas com as quais o Mormonismo é geralmente identificado, mas não podemos compreender a história do seu fundador sem conhecermos algo de Vermont na viragem do século dezanove. Joseph Smith não foi uma mutação, produzida pela natureza sem ligação a ancestrais ou à cultura provincial do seu Estado; ele era tanto um produto de Nova Inglaterra como Jonathan Edwards. Há muito sobre ele que só pode ser explicado pelo solo estéril, a magia tradicional das parteiras e dos adivinhos que usavam bolas de cristal, e a disciplina sóbria dos mestres-escola. Os ancestrais dele tinham estado em Nova Inglaterra há mais de um século. Robert Smith tinha vindo para Massachusetts em 1638 e John Mack em 1669. Mas Joseph Smith não nasceu em Topsfield, Massachusetts, nem em Lyme, Connecticut -- onde as casas de tijolos importados e álamos da Lombardia já eram antigas, onde os cemitérios eram espaçosos e decentemente mantidos -- nasceu entre os bosques nos sopés das Montanhas Verdes. E a migração dos seus avós para Vermont é uma história de desintegração, não só de uma família mas de toda uma cultura. Durante o século e meio em que os descendentes de Robert Smith viveram em Topsfield, eles foram conservadores, respeitáveis, ativos na política local e moderadamente prósperos. Asael Smith, avô do profeta, foi o primeiro a responder à inquietação que se seguiu ao despertar da Revolução. As antigas tradições sociais e morais em Massachusetts estavam a desmoronar-se à medida que as idéias que tinham separado as colônias de Inglaterra se infiltravam na igreja. Tal como muitos outros nesse tempo, Asael dizia-se cristão mas era basicamente irreligioso. "Quanto à religião", escreveu ele aos seus filhos, "eu não desejaria indicar qualquer forma particular para vocês; mas primeiro desejaria que procurassem nas Escrituras e consultassem raciocínio sólido.... Qualquer chamada honesta honrá-los-á se honrarem isso. É melhor ser um sapateiro rico do que um comerciante pobre; um agricultor rico do que um pregador pobre."1 Na idade madura ele deixou Massachusetts para limpar uma quinta nas florestas virgens das Montanhas Verdes. Com ele foi o seu filho Joseph (pai do profeta Mórmon), um belo jovem de 90 quilos e mais de um metro e oitenta centímetros de altura que, tal como Jacó, só lutou com um homem que não conseguiu derrubar. Eles cortaram e queimaram, e tal como os seus vizinhos migrantes, contaram a colheita antes de os troncos apodrecerem, e escarneceram dos vales baixos no sul. Em 1789 um ministro de Connecticut que viajava por Vermont central escreveu: "As palavras não podem descrever as dificuldades por que passo. Pessoas desagradáveis -- pobres -- vivendo mal -- indelicadas -- e miseráveis cozinheiras. Todos tristemente parcimoniosos -- muitos profanos -- e apesar disso bem dispostos e muito mais contentes do que em Hartford -- e as mulheres mais contentes do que os homens -- escurecidos pelo fumo das cabanas de troncos -- vestem-se de forma grosseira, e má, e desagradável, e esfarrapada... no entanto as mulheres [são] sossegadas -- serenas, pacíficas -- contentes, amando os seus maridos -- o seu lar -- nunca desejando voltar atrás -- nem quaisquer vestimentas elegantes; eu penso: que estranho! Pergunto-me se estas mulheres são da mesma espécie das nossas senhoras finas? Embora sejam, com membros fortes -- as suas raparigas indelicadas -- e suportam trabalho tão bem como mulas."2 Pouco depois de Perkins ter registado a sua mistura de admiração e aversão, Joseph Smith conheceu e casou com uma filha desta estirpe. Não podemos saber se ela também era trigueira e com membros fortes, pois Lucy Mack Smith não tirou retratos antes de estar desdentada e enfraquecida. Deve ter sido bonita, pois os seus filhos eram belos e as suas filhas casaram novas, mas ela não conheceu luxúria nem segurança. O pai dela, Solomon Mack, era um filho da má sorte. Embora Solomon viesse de uma linha de clérigos escoceses, a pobreza tinha-o afastado do seminário, e ele tinha crescido numa quinta sem instrução nem religião -- nas suas próprias palavras, "como um potro de um asno selvagem". Ele tinha lutado nas Guerras Francesa e Indiana, e depois na Revolução, com os seus dois filhos, Jason e Stephen. Mas quando a sua filha Lucy se casou, Solomon era um velho pobre e com reumático que cavalgava pelo campo e falava sobre escrever uma memória das suas provações e desventuras. A coisa surpreendente sobre o avô materno de Joseph Smith é que ele de fato foi bem sucedido, quando tinha setenta e oito anos de idade, em fazer sair o seu livro de cordel: Uma Narrativa sobre a Vida de Solomon Mack, contendo um relato dos muitos acidentes graves que teve durante uma longa série de anos, junto com a maneira extraordinária como foi convertido à Fé Cristã. Ao qual foram acrescentados vários Hinos, compostos no momento do falecimento de vários das suas relações.3 A má ortografia e os hinos infelizes foram eclipsados pela realização substancial da própria escrita. Deu um estatuto à família. Em anos posteriores, Lucy podia ler o livro sucessivamente a cada um dos seus nove filhos, apontando para ele como prova de que o sangue dos Mack era algo mais do que comum. E isso estabeleceu um precedente na família. O manto da autoria haveria de cair não só sobre Solomon, o avô, mas também sobre Lucy, sobre o seu filho Joseph, e de fato sobre o seu filho e neto -- uma tradição ininterrupta durante cinco gerações. Nem Solomon nem a sua filha tiveram muita instrução formal, mas o impulso para a auto expressão era forte neles, e o fato de ambos terem casado com professores compensou em parte a ausência de ardósia e exercícios de açoites com vara. Solomon Mack admitiu na sua Narrativa que tinha sofrido de desmaios, e isto foi aproveitado por biógrafos ansiosos por explicar as supostas aberrações do neto em termos de uma instabilidade congênita. Durante muito tempo era popular acreditar-se que Joseph Smith tinha herdado uma tendência para a epilepsia. Mas a Narrativa torna claro que os desmaios foram conseqüência de ferimentos na cabeça que Solomon recebeu no fim da vida quando foi atingido por uma árvore que caía. Na realidade, a família Mack não foi marcada por psicoses nem por talento literário, mas antes por um certo inconformismo em pensamento e ação. Como dissidentes religiosos, eles acreditavam mais na integridade da experiência religiosa individual do que na tradição de alguma seita organizada. Na sua velhice, Solomon caiu numa espécie de misticismo senil, com luzes e vozes assombrando a sua cama de doente. Jason Mack, irmão mais velho de Lucy, foi nitidamente contra as tradições religiosas e econômicas da Nova Inglaterra quando se tornou um "Buscador" e estabeleceu em Nova Brunswick uma sociedade quase comunista de trinta famílias indigentes cujo bem estar econômico e espiritual ele procurou dirigir.4 Jason, porém, não recebeu dos historiadores Mórmons a atenção que tem sido devotada a outros irmãos de Lucy. Quando o lote de onde veio o profeta Mórmon é chamado inativo, esbanjador e degenerado, Stephen Mack é citado triunfantemente como prova em contrário. Ele fez fortuna em Detroit e deixou propriedades no valor de cinqüenta mil dólares no momento da sua morte. Ele tinha prosperado mesmo antes de ter deixado Vermont, pois forneceu a Lucy o dote que o pai não podia providenciar. Os mil dólares que ele e o seu sócio lhe deram logo depois do casamento tornaram a rapariga -- considerando que isto era Vermont em 1796 -- praticamente uma herdeira. Joseph e Lucy uniram no seu casamento as heterodoxias divergentes dos seus pais, que eram reações ao calvinismo de alma cauterizada de Jonathan Edwards. "Passei muito do meu tempo", escreveu Lucy em anos posteriores, "lendo a Bíblia e orando; mas, não obstante a minha grande ansiedade em experimentar uma mudança de coração, outro assunto interpunha-se sempre em todas as minhas meditações -- Se eu continuar não sendo membro de nenhuma igreja, todas as pessoas religiosas dirão que sou do mundo; e se eu me juntar a alguma das várias denominações, todos os outros dirão que estou em erro. Nenhuma igreja admitirá que estou correta, exceto aquela com a qual estou associada. Isto torna-os testemunhas uns contra os outros."5 Esta era a lógica universal da dissensão, uma convicção partilhada por milhares de habitantes de Nova Inglaterra neste período. Lucy tinha uma mente vigorosa, embora não treinada, e a crença dela era simplesmente o âmago do anti-nomianismo -- a vida interior é uma lei em si mesma; a liberdade e integridade da experiência religiosa têm de ser preservadas a todo o custo.6 Joseph e Lucy passaram vinte anos juntos na Nova Inglaterra, no entanto nenhum deles se juntou a uma denominação ou professou mais do que um interesse passageiro em qualquer seita. Os reavivamentos metodistas em Vermont em 1810 excitaram Lucy durante algum tempo, mas apenas convenceram ainda mais Joseph "de que não há ordem ou classe de religionistas que saiba mais a respeito do reino de Deus do que aqueles do mundo." Ele refletia aquele desprezo pela igreja estabelecida que tinha permeado a Revolução, que tinha feito o governo federal completamente secular, e que por fim haveria de divorciar a igreja do governo em todos os Estados. Na liberdade do Novo Mundo, a igreja tinha-se desintegrado, as suas cerimônias tinham mudado e a sua estatura tinha declinado. O pai de Joseph, Asael, tinha-se gloriado francamente na sua liberdade da tirania eclesiástica. O filho manteve-se desinteressado de todas as igrejas exceto da que foi organizada pelo seu próprio filho, voltando-se antes para os seus próprios sonhos -- chamados "visões" pela sua esposa -- para direção espiritual. Lucy era especialmente devotada ao misticismo tantas vezes encontrado entre aqueles subitamente libertados do domínio e disciplina de uma igreja. Tal como o seu pai, ela aceitou um Deus altamente personalizado para quem falava como se Ele fosse um membro do círculo familiar. A religião dela era íntima e caseira, com Deus como presença ubíqua invadindo os sonhos, provocando milagres e crestando os campos dos pecadores. Os filhos dela provavelmente nunca aprenderam a temê-lo. Se Joseph e Lucy Smith tivessem ficado em Nova Inglaterra nos segundos vinte anos da sua vida de casados poderiam, tal como os seus avós, ter-se estabelecido e caído num respeitável esquecimento. Mas a Revolução, que tinha desenraizado os seus pais de uma tradição agrícola centenária na Nova Inglaterra, tinha enfraquecido todo o povo da costa atlântica, que se levantou para deambular pelos Appalachians e ver pela primeira vez o vasto e fértil interior. O apelo da região de Genesee e dos Lagos Finger já estavam a mexer com o sangue dos homens jovens de Nova Inglaterra quando este casal proferiu os seus votos matrimoniais. E os acontecimentos moveram-se lenta mas inexoravelmente para os puxar para a onda que estava a deslocar-se para o Oeste. Depois de seis anos lavrando um quinta rochosa no leste de Vermont, eles estabeleceram uma loja em Randolph. Aqui Joseph Smith, Sênior, ouviu pela primeira vez sobre os fantásticos lucros que caíam nas mãos dos especuladores que exortavam o ginseng aromático, a raiz de uma planta que crescia naturalmente nas Montanhas Verdes. Os habitantes de Nova Inglaterra preferiam salsa-parrilha, sêlo-de-Salomão, maidenhair, raiz de pleurisia e skunk cabbage, mas na China o ginseng era considerado um remédio para tudo, desde tonturas a pleurisia. Agricultores de Vermont estavam a vendê-lo para exportação a dois xelins cada libra, e uma raiz com a forma do corpo de um homem tinha venda garantida na China, onde era apreciada como cura para virilidade em declínio, por duzentos a quatrocentos dólares. Joseph investiu todo o seu dinheiro num carregamento de ginseng. Lucy escreveu que o agente a quem se confiara a carga voltou da China com muito dinheiro mas fugiu para o Canadá, deixando-os sem dinheiro.7 O seu marido tinha perdido recentemente 2.000 dólares em créditos não cobrados e devia 1.800 dólares a comerciantes de Boston. Para satisfazer os seus credores ele vendeu a quinta por 800 dólares e Lucy cobriu o que faltava com o seu dote. Nesta altura a família começou as suas peregrinações, primeiro para Royalton e depois para Sharon, onde Joseph alugou a quinta do seu sogro e complementou as suas magras receitas dando aulas durante o inverno. A nova casa deles era solitária e isolada, nos montes sobre o Rio Branco, com colinas florestadas estendendo-se em direção ao pôr do sol num denso emaranhado verde. A beleza estava ali, mas havia poucas perspectivas. Os agentes que vendiam terras tinham enganado cruelmente os seus irmãos Yankees quando lhes venderam Vermont, porque quando os montes eram limpos da madeira os agricultores descobriam que tudo o que o seu trabalho árduo tinha posto a descoberto era apenas solo estéril e pedregulhos. Os Smiths, tal como os seus vizinhos, rolaram com dificuldade as grandes pedras para fora dos campos e empilharam-nas em muros que subiam, desciam e contornavam os montes como se fossem calçadas. Entretanto Lucy tinha dado à luz dois filhos e uma filha, e em 23 de dezembro de 1805 nasceu-lhe um terceiro filho. Quando ele chegou, não apareceu qualquer cometa no céu; nenhum rebate alvoroçou o campo. Ele foi aceite naquela fria noite de inverno provavelmente com mais resignação do que deleite, e sem cerimônias indevidas chamaram-lhe Joseph Smith, nome igual ao do seu pai. A criança nasceu numa insegurança à qual nunca escaparia numa vida de trinta e oito anos. No seu quinto aniversário a família tinha-se mudado três vezes, de Sharon de volta para Randolph, e depois novamente para Royalton, e finalmente para Lebanon, do outro lado da fronteira de New Hampshire. A depressão abateu-se sobre New Hampshire, pois o seu comércio foi arruinado pelo embargo de Jefferson contra a Inglaterra e a França e mais tarde pela Guerra de 1812, e do anterior comércio lucrativo com o Canadá só restava um florescente negócio de contrabando à volta de Lake Champlain. Falsificadores infestavam a área, enganado os incautos e fugindo pela fronteira ao menor sinal de perseguição. Em 1 de abril de 1807 Beniah Woodward passou ao velho Joseph Smith uma nota falsa de dez dólares, e duas semanas depois Abner Hayes pagou-lhe trinta e sete dólares em papel sem valor. Quando Joseph lançou uma queixa no tribunal de Woodstock em 14 de abril, Hayes fugiu para o Canadá, mas Woodward pagou com trinta e nove chicotadas e dois anos de trabalhos forçados por esta e outras malfeitorias. Muitos anos depois, um familiar de Woodward vingou-se de forma eficiente, insinuando que o próprio Smith tinha sido culpado de fazer dinheiro falso, e muitos acreditaram no relato dele.8 Quando a família se mudou para Lebanon, New Hampshire, a sua sorte melhorou. Hyrum, o segundo filho, foi enviado para a Moore's Academy em Hanover. Mas ele trouxe da escola para casa uma febre que estava a devastar todo o campo em 1813. O remédio popular era um banho quente feito de um cozimento de ramos de cónio, mas como banheiras suficientemente largas para conter um homem eram raras em todas as aldeias, uma banheira semelhante a um caixão, de tábuas de pinheiro, era levada de casa em casa. Não admira que em Vermont tenham morrido seis mil pessoas.9 Um por um, os filhos de Joseph e Lucy Smith ficaram doentes. Joseph, que tinha oito anos de idade, parecia recuperar suficientemente bem, embora lentamente, até que um dia Lucy ficou aterrorizada ao descobrir grandes infeções surgindo sobre o seu ombro e perna. Cataplasmas de ervas eram tão inúteis como as orações normais, e Lucy por fim chamou um médico. Ele sangrou o rapaz, aplicou-lhe purgantes e tratou das suas feias inflamações. Quando a infeção na perna se recusou a sarar, ele falou em amputação, mas Lucy lutou contra a serra e faca com uma fúria que aborreceu mas travou o barbeiro-cirurgião. Ele teve de se contentar em cortar um pedaço do osso abaixo do joelho da criança. Quando a operação selvagem começou, Joseph não se deixava atar à cama, e o pai também não conseguia forçá-lo a beber whisky para suportar a dor. Ele gritou para a mãe, dizendo-lhe que saísse do quarto para não sofrer mais do que ele, e Lucy mais tarde espalhou a história do seu heroísmo em todo o vale. Pode ter sido este sofrimento que fez com que Lucy fosse mais afeiçoada a Joseph do que aos seus outros filhos. Eram esperadas grandes coisas da criança cujo ânimo tinha sido testado num sofrimento tão temível. Quando a convalescença do rapaz parecia tardar, ele foi enviado para um tio em Salem, onde ele obteve o primeiro travo de ar salgado nas suas narinas. Ele lembrar-se-ia sempre de Salem, e a cidade portuária atraiu-o de volta em circunstâncias singulares vinte e cinco anos mais tarde. Naquele momento ele recuperou rapidamente e voltou para Lebanon apenas com um coxear quase imperceptível que, no entanto, ficou com ele para o resto da vida. Sob a pressão de meses de doença, as esperanças de prosperidade da família colapsaram, e os Smiths mudaram-se de volta para Vermont, através do Rio Connecticut. Durante três anos semearam em Norwich e aguardaram esperançosamente por uma colheita de um solo que já tinha dado o seu melhor há muito tempo. O ancião Smith escutou com avidez cada vez maior as descrições do solo negro profundo e clima ameno de Ohio. Finalmente, em 1816, o ano histórico sem verão, ele foi desenraizado. Nevou em junho; as folhas congelaram nas árvores, e os agricultores tiveram de plantar novamente. Depois veio em julho aquilo que Lucy chamou uma "geada fora de tempo", e as colheitas deles foram novamente destruídas. Agricultores desalentados prepararam as suas carroças e mudaram-se através das estradas lamacentas para o oeste. A emigração neste ano, chamado no folclore de Vermont "mil oitocentos e congela até à morte", alcançou o seu ponto mais alto de todos os tempos. No comboio foi Joseph Smith, deixando para trás Lucy e oito crianças, a mais nova das quais com apenas alguns meses de idade. Algumas semanas depois, quando chegou a carta dele dizendo-lhes que enchessem a carroça e o seguissem para oeste, não era para o Ohio, onde a maioria dos habitantes de Vermont esperavam encontrar a terra prometida, mas antes para o oeste de Nova Iorque, a dois terços da distância de Albany às grandes cataratas de Niagara. O jovem Joseph, aos dez anos de idade, tinha idade suficiente para saber que esta não era uma mudança para outra aldeia do outro lado dos montes, mas antes um corte pela raiz. Poucos homens que deixavam Vermont e se mudavam para o Oeste voltavam para trás. Atravessar as montanhas tinha a mesma finalidade excitante e assustadora de atravessar o mar num barco de imigração. Joseph observou a mãe a encher o vagão e ouviu-a argumentar com os credores sobre o valor dos seus magros bens da casa e quinta. Os tubarões da terra sabiam o valor da nota de um homem que ia para o pôr do sol e perseguiam Lucy por causa de dívidas até ela ficar frenética, com medo de não ter o suficiente para comer. Alvin tinha dezoito anos e Hyrum dezasseis, mas mesmo eles não chegavam para os homens que bisbilhotavam à volta da casa de Norwich, oferecendo pequenas quantias pelas coisas a que atribuíam valor. Os rapazes ficavam num desamparo ultrajado, miseráveis e mudos, e ainda mais ansiosos por verem a boa e nova terra além das montanhas onde era possível cavar um buraco com dois metros de profundidade e não bater com a pá numa única pedra. Biógrafos de Joseph Smith têm geralmente defendido que o oeste de Nova Iorque era então uma região selvagem, onde matilhas de lobos ainda vagueavam e bibliotecas locais eram mais raras do que reservas de índios.10 Mas quando a carroça parou em Palmyra, a ninhada exausta viu uma cidade de quase quatro mil cidadãos, duas vezes o tamanho da aldeia que tinham deixado. Canandaigua, vinte quilômetros para sul, era ainda maior e jactava-se de ter uma academia com vinte anos, dois "respeitáveis seminários privados para mulheres", cinco escolas comuns, três bibliotecas, trinta e nove armazéns, setenta e seis lojas, três igrejas e passeios pavimentados. E a aldeia de Manchester, em cujas fronteiras os Smiths acabaram por se estabelecer, tinha não só uma escola e uma biblioteca de cidade de seiscentos volumes, mas também uma fábrica de lã, um moinho de farinha, uma fábrica de papel e uma incineradora. Palmyra estava a prosperar em 1817 como nunca antes ou depois. De Witt Clinton tinha acabado de forçar através da Assembléia de Nova Iorque uma proposta de lei providenciando o feito de engenharia mais estupendo da sua geração, a construção do Canal Erie, de 584 quilômetros, para ligar os Grandes Lagos ao porto de Nova Iorque. Palmyra estava na rota contemplada. Embora o canal demorasse oito anos a ser construído, os agricultores já estavam a contar os seus lucros, e os preços da terra em todo o Estado estavam a subir em flecha. Em 1790, terra não trabalhada tinha sido vendida por dois a quatro xelins o acre; em 1800 custava entre 1,5 e 4 dólares. Mas em 1817 todos os proprietários de terras tinham-se tornado especuladores e estavam a pedir 6 dólares por cada acre de terras altas indesejáveis e 30 a 45 dólares por terra melhorada com uma cabana. Em Ohio, Joseph Smith, Sênior, podia ter encontrado terra igualmente boa por 1,25 dólares o acre; na cidade de Manchester ele pagou preços inflacionados e começou a limpar uma quinta sob um fardo esmagador de débito e ameaça constante de execução de hipoteca. Ele não podia saber que tinha chegado no auge de uma espiral especulativa, que Palmyra, em vez de duplicar a sua população na década seguinte, de fato diminuiria em três centenas de cidadãos e continuaria a ser mesmo um século mais tarde uma cidade com pouco mais de quatro mil habitantes. O Condado de Ontario não era a fronteira, mas antes uma região relativamente estabelecida, com dezasseis tabernas na estrada de vinte e cinco quilômetros entre Canandaigua e Geneva. O pai do profeta Mórmon não era um Thomas Lincoln, que nesse mesmo ano estava a fazer trabalho de lenhador numa quinta novecentos e sessenta quilômetros a oeste, no isolamento de Indiana. No oeste de Nova Iorque não havia privilégios para os ocupantes ilegais de terras e Smith precisava de dinheiro para pagar as prestações da sua terra. Ele viveu em Palmyra durante mais de dois anos, onde Lucy abriu uma pequena "loja de bolos e cerveja", vendendo pão de especiarias, ovos cozidos, cerveja de raízes e acessórios de oleado, que ela concebia e pintava. Depois de meses trabalhando como contratado para agricultores, Smith assinou uma nota para cem acres de terra virgem, duas milhas a sul de Palmyra. Num ano eles fizeram um pagamento inicial substancial, construíram uma casa de troncos e começaram a árdua tarefa de limpar a floresta. Tal como os seus vizinhos, os Smiths faziam punções nos áceres e ferviam a seiva para obter xarope e açúcar. Eles fizeram três toneladas numa estação e ganharam o prêmio de cinqüenta dólares por recorde de produção no condado. Mas, apesar de todo o seu trabalho árduo, a construção de uma quinta lucrativa era um processo lento e incerto. Um homem e uma junta de bois demoravam cinco semanas a limpar e semear um campo de dez acres. Quando o trigo amarelecia entre os cepos das árvores cortadas, os agricultores sonhavam com a colheita de quarenta alqueires por acre. Mas os engenhos rudimentares de debulha -- um malho dos cascos nus do gado -- desperdiçavam os grãos e quando a peneiração estava completa não havia comprador para o produto. Em 1818 o alqueire de trigo só rendia vinte e cinco cêntimos nas trocas por outros produtos, pois nessa década a colheita raramente rendia dinheiro a menos que se pagasse os custos proibitivos do transporte por terra até Albany. As colheitas foram razoáveis entre 1817 e 1819 e depois excelentes até 1824. Mas ainda assim as dívidas acumulavam-se, e um após outro os colonos desalojados mudaram-se para Ohio, e dali para Indiana, onde compraram as quintas abandonadas pelos que Illinois tinha atraído ainda mais para oeste. As maiores migrações foram em anos de depressão, tendo 1819 visto a venda de mais de cinco milhões de acres de terra pública.11 Os vastos recursos do interior suscitaram as fantasias mais indolentes, e um optimismo que se tornaria fundamental no pensamento americano durante cem anos varria agora os Estados Unidos. Um reflexo deste optimismo era a campanha barulhenta a favor das obras públicas na década de 1820, que alcançou o seu auge com a construção do Canal Erie. Quando o último carregamento de terra foi retirado e o último aqueduto terminado em 1825, De Witt Clinton encheu um balde com água salgada do Oceano Atlântico e navegou ao som de tiros de dia e à luz de fogueiras de noite, para despejá-lo nas águas frescas do Lago Erie. Ao longo da viagem os colonos beberam, festejaram e planearam o gasto dos seus lucros. Foi nesta atmosfera de antecipação desenfreada que Joseph Smith cresceu. Junto com o optimismo havia um patriotismo militante. O Oeste acreditava que a América era a maior das nações porque a sua democracia era baseada nas leis da natureza, e que se tornaria firmemente mais perfeita e o seu povo mais purificado até que todo o mundo seguisse o seu exemplo. A viagem do General Lafayette através dos Estados Unidos em 1825 foi o sinal para uma orgia patriótica. Na vizinhança de Joseph Smith, onde ele chegou em junho, "brilhavam fogueiras nos cimos dos montes; canhões trovejavam a sua saudação; velhos soldados precipitavam-se nos seus braços chorando; comitês reuniam-se e escoltavam-no para as suas aldeias, e centenas procuravam a honra de apertar a sua mão."12 Esse espetáculo e parada mitigavam o trabalho árduo que métodos agrícolas primitivos impunham à família Smith e aos seus vizinhos. Mas mais duradouras eram as esperanças extravagantes de prosperidade que pairavam no campo. A comunidade estava instável, não só devido à atração de terra mais barata em Ohio e a febre geral da especulação, mas também por causa da personalidade dos próprios cidadãos. Emigrantes de Nova Inglaterra eram os aventurosos, os descontentes, os inconformados. Os velhos costumes que eles traziam para as jovens comunidades tinham tendência a ser vergados e distorcidos pela nova liberdade. Em nenhum lado o afastamento dos velhos códigos era mais evidente do que nas igrejas, que eram flageladas com cismas. Os Metodistas dividiram-se quatro vezes entre 1814 e 1830. Os Batistas dividiram-se em Batistas Reformados, Batistas Hard-Shell, Batistas do Livre Arbítrio, Batistas do Sétimo Dia, Lavadores de Pés, e outras seitas. A liberdade religiosa irrestrita começou a dar origem a uma legião de novas religiões. Carregados na migração tinham vindo os destroços dos piedosos. Havia Isaac Bullard, apenas vestido com uma faixa de pele de urso e a sua barba, que ajuntou um séquito de "Peregrinos" em 1817 em Woodstock, Vermont, a meia dúzia de montes de distância da velha quinta dos Smiths. Campeão do amor livre e do comunismo, ele encarava a lavagem como um pecado e jactava-se de não ter mudado as suas roupas há sete anos. Abandonando Vermont em direção à terra prometida, os Peregrinos cruzaram as montanhas entrando em Nova Iorque, seguiram, tal como Joseph Smith, a longa estrada ao longo do Estado, e desaguaram pelo Ohio abaixo até ao Missouri. Havia Ann Lee, mãe dos Shakers, que se auto-intitulava o Cristo reencarnado e que tinha fugido com os seus comunistas celibatários à fúria de Nova Inglaterra. Na atmosfera religiosamente fecunda do Estado de Nova Iorque a seita dela floresceu e espalhou-se. Em 1826 alguns Shakers construíram salões comunitários em Sodus Bay, apenas a cinqüenta quilômetros de Palmyra. O jovem Joseph Smith pode ter passado uma noite na confusa dança processional deles, observando primeiro um e depois outro afastar-se e rodopiar como um dervixe até cair exausto no chão, proferindo uma algaraviada incoerente a que se referiam generosamente como "o dom de línguas". Onde quer que os Shakers se instalassem, circulavam os mitos obscenos do costume, um dizia que castravam os seus filhos; outro que eles se despiam e dançavam nus nas reuniões, que se entregavam a deboches promíscuos, e que praticavam infanticídio. Apesar de toda a sua incongruência, os Shakers tinham uma certa dignidade, que vinha dos seus hábitos limpos e labor intenso. Isso não era verdade no caso da comitiva de outra subdivindade feminina que reinava em Jerusalém, a quarenta quilômetros da casa de Joseph Smith. Esta era Jemima Wilkinson, a "Amiga Universal", que se julgava o Cristo. Imperturbada pelo jornal de Palmyra que antipaticamente prefixava um "anti" e chamava-lhe impostora consumada, ela governava a sua colônia através de revelações do céu e jurava que nunca morreria. Ela era uma mulher bonita com olhos finos e cabelo negro, que se encaracolava sobre o manto púrpura pendurado nos seus ombros. Os rumores diziam que embora ela não soubesse ler nem escrever, podia recitar de cor toda a Bíblia por ter esta sido lida para ela. O principal ajudador de Jemima, a quem ela chamava Profeta Elias, amarrava com força um cinto sobre a sua cintura, e quando a sua barriga começava a inchar em protesto, ele ficava cheio de visões proféticas. Dois anos depois de os Smiths chegarem ao Condado de Ontario, a vizinhança ficou excitada com rumores que diziam que "a Amiga" tinha morrido e que apesar das negações dos seus seguidores, o corpo dela estava a apodrecer numa cela de Jerusalém. Durante nove anos, processos relativos à disposição da propriedade dela perturbaram o tribunal de Canandaigua e mantiveram viva a lembrança dela.13 Excêntricos como Bullard, Ann Lee e Jemima Wilkinson eram apenas as personalidades mais conspícuas na franja púrpura da religião organizada. O pregador sóbrio treinado nas dialéticas do seminário era raro a oeste dos [montes] Appalachians. Em vez disso encontramos curadores pela fé e evangelistas em digressão, que excitavam as suas audiências até paroxismos de frenesim religioso. Os Batistas gabavam-se em 1817 de que no Estado de Nova Iorque a oeste do Hudson havia apenas três pregadores que tinham estado na Universidade. Os colonos do velho Território do Noroeste procuravam personalidade em vez de diplomas dos homens que os chamavam para Deus. Palmyra era o centro do que os que faziam digressões pelo circuito mais tarde chamavam o distrito "queimado". Um reavivamento após outro varria a área, deixando para trás um povo disperso e esfolado, pois o entusiasmo religioso estava a queimá-los. Não há descrições detalhadas dos reavivamentos em Palmyra e Manchester entre 1824 e 1827, quando eram mais selvagens; e não podemos ter certeza de que igualassem em intensidade patológica os famosos reavivamentos que tinham abalado Kentucky na viragem do século. Evangelistas tinham enxameado a zona, pregando em grandes ajuntamentos a céu aberto onde homens da fronteira silenciosos e solitários se reuniam para cantar e gritar. Revivalistas conheciam intimamente o seu inferno -- geografia, clima e estatísticas demográficas -- e retratavam o destino do pecador de forma tão horrenda que as multidões avançavam tremendo em direção aos altares feitos de caixotes para nascerem de novo. Centenas caíam ao chão sem sentidos, as senhoras de Kentucky vestidas da forma mais elegante jazendo na lama lado a lado com caçadores esfarrapados. Alguns eram apanhados pelos "espasmos", a sua cabeça e membros abanando para trás e para a frente e os seus corpos grotescamente distorcidos. Os que apanhavam os "latidos" rastejavam de gatas, rosnando e mordendo como se fossem cães selvagens lutando sobre os montes de lixo por detrás das tendas. Um pregador escreveu para outro: "Milhares de línguas com o som de aleluia pareciam correr pelo espaço infinito; enquanto centenas de pessoas jaziam prostradas no chão, clamando por misericórdia. Oh! meu querido irmão, se tu tivesses estado lá para ver os membros em convulsão, os corpos aparentemente sem vida, terias sido constrangido a clamar tal como eu me senti obrigado a fazer: os deuses estão entre o povo!"14 As conversões em reavivamentos eram notoriamente de vida curta. O grande evangelista Charles G. Finney observou com desânimo que onde a excitação tinha sido mais selvagem, resultara "numa reação tão extensiva e profunda que deixava em muitas mentes a impressão de que a religião era um mero embuste." James Boyle escreveu a Finney em 1834: "Visitei e revisitei muitos destes campos, e gemi no espírito ao ver o triste, frígido, carnal e contencioso estado no qual as igrejas tinham caído ... três meses depois de as termos deixado."15 Devido aos seus próprios excessos, os reavivamentos enfraqueciam uma antipatia normal em relação à excentricidade religiosa. E estes anos pentecostais, que coincidiram com a adolescência e princípio de vida adulta de Joseph Smith, eram os mais férteis na história da América para a germinação de profetas. Na mesma década em que Joseph anunciou a sua missão, William Miller proclamou que Jesus visitaria a terra em março de 1843 e introduziria o milênio. Milhares congregaram-se nas suas fileiras, leiloaram as suas propriedades e compraram mantos para a ascensão. John Humphrey Noyes converteu-se à teoria de que o milênio já tinha começado, e fez planos para uma comunidade baseada em comunismo bíblico, amor livre e propagação científica. Matthias caminhava na cidade de Nova Iorque, brandindo uma espada e uma régua de dois metros, clamando que tinha vindo para redimir o mundo. E lá em baixo no sul de Ohio, Dylks, o "Deus de Leatherwood", proclamou a sua divindade a uma congregação aduladora com gritos e resfolegos que fizeram estremecer o telhado do seu tabernáculo. Destes e de outros profetas, só um estava destinado a verdadeira glória. Jemima Wilkinson foi esquecida com a divisão da sua propriedade; a comunidade Oneida de Noyes degenerou de uma experiência social e religiosa numa empresa comercial; e Dylks foi afastado de Leatherwood atado a um comboio. William Miller, embora os seus Adventistas ainda sejam uma seita minoritária agressiva, nunca recuperou a face depois de 1845, quando Jesus não apareceu, mesmo depois de dois novos cálculos. Mas Joseph Smith, um século depois da sua morte, tinha um milhão de seguidores que prezavam o seu nome como sagrado e a sua missão como divina. Notas1 Esta carta foi datada de 10 de abril de 1799. Veja Topsfield Historical Society Collections [Coleções da Sociedade Histórica de Topsfield], Vol. VIII, pp. 92-94. 2 Nathan Perkins: Narrative of a Tour through the State of Vermont [Narrativa de uma Viagem pelo Estado de Vermont], 1789 (Tuttle, 1930), p. 18. 3 Windsor: Impresso às expensas do autor, 1810. 4 Lucy Smith: Biographical Sketches of Joseph Smith and His Progenitors for Many Generations [Esboços Biográficos de Joseph Smith e dos Seus Progenitores por Muitas Gerações] (Liverpool, Inglaterra, 1853), pp. 21, 52. 5 Biographical Sketches, p. 37. 6 Veja John M. Mecklin: The Story of American Dissent [A História da Dissensão Americana] (Nova Iorque, 1934), pp. 37, 123. 7 Pode ter sido este o caso, embora historiadores desse tempo relatassem que o mercado nessa altura estava saturado. Veja Samuel Williams: Natural and Civil History of Vermont [História Natural e Civil de Vermont] (Burlington, 1809), Vol. I, pp. 85-86; e George V. Nash: "American Ginseng", U. S. Dept. of Agriculture Bulletin [Boletim do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos], No. 16, 1898. 8 Veja o artigo assinado por "Vermonter" na Historical Magazine [Revista Histórica], novembro de 1870, pp. 315-316. Ali é dito que Daniel Woodward declarou que Smith tinha sido "implicado com um tal Jack Downing na falsificação de dinheiro, mas inverteu a evidência do Estado e escapou à punição." Examinei os registos destes julgamentos no tribunal de Woodstock, Vermont. O julgamento de George Downer, o único nome que corresponde a Downing, não menciona Joseph Smith e os outros julgamentos nos quais Smith foi testemunha tornam claro que ele foi uma vítima, não um cúmplice. 9 J. A. Gallup: Epidemic Diseases in the State of Vermont [Doenças Epidêmicas no Estado de Vermont] (Boston, 1815), pp. 72-75. 10 Veja especialmente I. Woodbridge Riley: The Founder of Mormonism [O Fundador do Mormonismo] (Nova Iorque: 1902), p. 42. 11 Para uma imagem detalhada sobre a economia e vida social do oeste de Nova Iorque neste período, veja O. Turner: History of the Pioneer Settlement of Phelps and Gorham's Purchase [História da Colônia de Pioneiros de Phelps e da Compra de Gorham] (Nova Iorque, 1851); William Darby: A Tour from the City of New York to Detroit [Uma Viagem da Cidade de Nova Iorque até Detroit] (Nova Iorque, 1819); Robert Munro: A View of the Present Situation of the Western Parts of the State of New York [Uma Perspectiva Sobre a Situação Atual das partes ocidentais do Estado de Nova Iorque] (Frederick-Town, 1804); John Fowler: Journal of a Tour in the State of New York in the Year 1830 [Diário de uma Viagem no Estado de Nova Iorque no Ano 1830] (Londres, 1831); History of Ontario County, New York [História do Condado de Ontario, Nova Iorque] (Filadélfia, 1876). 12 History of Ontario County [História do Condado de Ontario], p. 42. 13 Para relatos sobre Jemima Wilkinson, os Shakers no oeste de Nova Iorque e Isaac Bullard, veja David Hudson: History of Jemima Wilkinson [História de Jemima Wilkinson] (Geneva, Nova Iorque, 1821); Richard McNemar: The Kentucky Revival [O Reavivamento de Kentucky] (Nova Iorque, 1846); Z. Thompson: History of Vermont [História de Vermont], Parte II, pp. 203-204; e Wayne Sentinel [Sentinela de Wayne] (Palmyra, Nova Iorque), 26 de maio de 1826. 14 Veja Catherine Cleveland: The Great Revival in the West, 1797-1805 [O Grande Reavivamento no Oeste, 1797-1805] (Chicago, 1916), p. 93; e Richard McNemar: The Kentucky Revival [O Reavivamento de Kentucky], p. 26. 15 Veja Charles G. Finney: Memoirs [Memórias] (Nova Iorque, 1876), p. 78; e Literary and Theological Review [Crítica Literária e Teológica], março de 1838, p. 66. |