Apocalipse Adiado: A História das Testemunhas de Jeová (Toronto: University of Toronto Press, 1997, segunda edição) de M. James Penton (1932-), pp. 3-10.

Introdução

M. James Penton


A comunidade religiosa agora conhecida como Testemunhas de Jeová originalmente desenvolveu-se até se tornar numa seita separada na década de 1870 e assim tem permanecido desde então. H. Richard Niebuhr em 1929 supôs que uma seita, confrontada com sucesso crescente, mobilidade social ascendente dos seus membros e reconciliação com o mundo, tornar-se-ia quase automaticamente numa denominação -- uma seita rotinizada e acomodada.1 Contudo, isto não aconteceu com as Testemunhas, como tem sido reconhecido por sociólogos da religião tão conhecidos como Bryan Wilson e Thomas O'Dae. Em vez disso, as Testemunhas de Jeová tornaram-se numa 'seita estabelecida',2 que embora rotinizada, ainda é hostil à sociedade em geral.

O factor motivador por detrás do seu desenvolvimento como seita e da sua insistência em permanecer como tal -- um movimento religioso alienado do mundo que afirma ser o único portador da 'verdade' -- tem sido a sua peculiar escatologia milenarista. Melvin Curry escreveu recentemente: 'De facto, podemos dizer apropriadamente que o milenarismo tem sido o factor determinante em muitas mudanças doutrinais e organizacionais entre as Testemunhas de Jeová.'3 Porém, mesmo no reconhecimento desse facto, Curry não foi suficientemente longe. Deve ser dito que, se não fosse a sua escatologia milenarista nas suas várias formas, as Testemunhas de Jeová não teriam crescido até se tornarem no grande movimento sectário mundial que são agora, nem manifestariam as peculiares características organizacionais e sociológicas que têm agora.

Nenhum outro movimento sectário cristão têm sido tão insistente em profetizar o fim do mundo actual de um modo tão definitivo em datas tão específicas como as Testemunhas de Jeová, pelo menos desde os Milleritas e os adeptos do Segundo Adventismo do século XIX, que foram os predecessores milenaristas directos das Testemunhas. Durante os anos iniciais da sua história, eles encararam datas específicas -- 1874, 1878, 1881, 1910, 1914, 1918, 1920, 1925, e outras -- como tendo um significado escatológico definido. Charles Taze Russell, o seu fundador, organizador e primeiro presidente da Watch Tower Society (a sociedade legal primária deles), acreditava originalmente que 1874 tinha marcado o início da 'presença invisível' de Cristo, que 1878 e depois 1881 veriam a 'mudança' dos membros da igreja de corpos carnais para corpos espirituais, e que 1910 presenciaria o início dos problemas globais que levariam ao fim do mundo -- um evento que ocorreria em 1914. Quando estas profecias falharam, tiveram de ser reinterpretadas, espiritualizadas ou, em alguns casos, completamente abandonadas.4 Porém, isto não dissuadiu Russell nem os seus seguidores de estabelecer novas datas, ou de simplesmente proclamar que o fim deste mundo ou sistema de coisas estava apenas a poucos anos ou talvez mesmo meses de distância. Como Melvin Curry apropriadamente observa: 'A cronologia bíblica é a massa de farinha dos milenaristas. Pode ser esticada para se adaptar a qualquer tabela cronológica que se precise, ou pode ser reduzida a uma massa de datas e números sem significado de modo que predições futuras possam ser modeladas a partir da massa inicial.'5 Assim, durante mais de um século, o tema constante dos Estudantes da Bíblia--Testemunhas de Jeová tem sido: 'O fim está próximo; Cristo revelar-se-á em breve para trazer destruição sobre as nações e sobre todos os que se opõem ao seu reino messiânico.'

É evidente que o apocalipse não veio quando os Estudantes da Bíblia--Testemunhas esperavam; de facto, tem sido adiado vez após vez. No entanto, paradoxalmente, esse facto tem sido tanto um trunfo como uma fraqueza. É verdade que houve grande desapontamento e alguma 'peneiração' de membros quando falharam profecias que envolviam datas específicas. Mas, tal como os adeptos do Segundo Adventismo antes deles, os líderes dos Estudantes da Bíblia--Testemunhas sempre têm argumentado que a 'coisa [ou coisas] erradas tinham ocorrido no tempo certo.' Apesar de tudo, eles têm defendido que o seu plano de salvação e tabelas cronológicas para o fim deste mundo e para a aurora do próximo têm estado correctas, ou pelo menos aproximadamente correctas. Por isso Deus na realidade tem-lhes dado 'nova luz', 'verdade actual' e tem-nos favorecido e àqueles que os escutam de um modo especial. Se, por conseguinte, alguém quer ter a aprovação de Deus, tem de estar em associação próxima com aqueles que conhecem verdadeiramente o significado do plano divino -- o 'canal' ou 'organização' de Deus -- e, por definição, com aqueles que a dirigem.

Esse apelo a um conhecimento especial, uma espécie de gnosticismo, tem sido comum a vários grupos dentro do Judaísmo, Cristandade, e Islão durante séculos. Basta que nos lembremos dos exemplos de messias cabalísticos como Abraham Abulafia, Solomon Molka, e Sabbatai Zevi dentro do Judaísmo, os Montanistas, os Anabaptistas de Münster, os Homens da Quinta Monarquia, os Milleritas, os Adventistas, os Mórmons, e outros do Cristianismo; e a tradição Mahdista dentro do Islão, para vermos como isso tem ocorrido. Além disso, é relativamente fácil reconhecer que tais movimentos surgiram a partir das tradições histórico-proféticas das grandes religiões monoteístas do Médio-Oriente cujas cosmologias são tão diferentes daquelas das grandes religiões orientais. Pois se, conforme essas grandes religiões monoteístas ensinam, a história se está realmente a encaminhar para algum lado e tem algum propósito último, então é importante saber porquê, como, onde e quando. Por isso, se alguém sabe as respostas a estas questões, pode alegar que tem conhecimento e autoridade especiais.

Líderes e movimentos religiosos não são os únicos que fizeram alegações equivalentes a autoridade 'profética'; alguns movimentos seculares também o fizeram. Marx e os seus seguidores fizeram-no certamente com a sua doutrina do determinismo histórico e, em menor grau, os movimentos Fascistas fizeram o mesmo. A dialéctica Hegeliana, que é fundamental para o 'socialismo científico', tem as suas raízes no conceito Judeo-Cristão da progressão linear na história, e o sonho de Hitler de um 'Reich de mil anos' foi plagiarizado do apocalipticismo Judeu, do livro de Revelação e dos ensinos dos primeiros Pais da igreja Cristã. Assim, num sentido muito real, tanto o Marxismo como o Fascismo são movimentos quase religiosos cujos líderes tiveram pretensões de autoridade quase religiosas ou 'proféticas'.

As pretensões de tais 'movimentos proféticos' -- e todos os discutidos acima foram-no ou são-no -- muitas vezes levam a algum género de totalitarismo. Afinal, duvidar dos que alegam possuir a verdade com um 'V' maiúsculo é fazer de si mesmo inimigo de 'Deus', da 'luz', da 'revelação', da 'história', do 'povo', da 'nação', ou de qualquer outra coisa que esteja a ser usada como base para a autoridade do líder ou líderes proféticos. Por isso as pessoas têm de adoptar uma posição: Têm de ser a favor da liderança ou contra ela; têm de ser ou filhos da luz ou filhos da escuridão. Assim, à medida que esses movimentos proféticos se desenvolveram, tornaram-se insistentes em guiar, dirigir e disciplinar os seus próprios aderentes e em manter uma atitude de alienação em relação ao mundo exterior.

Foi exactamente isto que aconteceu às Testemunhas de Jeová. Nos seus anos formativos, o movimento dos Estudantes da Bíblia, como as Testemunhas eram então chamadas, era bastante 'liberal' no sentido em que acreditava que outros Cristãos -- em particular vários Protestantes -- eram parte da igreja de Cristo e podiam ganhar a salvação. Todavia, com o passar do tempo, Russell e os seus seguidores ficaram persuadidos de que ele tinha um papel especial: ele é que era 'aquele servo' mencionado em Mateus 24:45-47, que devia providenciar 'alimento no tempo apropriado' para a casa da fé. Consequentemente, por volta da primeira década do século XX, ele começou a encorajar o seu rebanho a realizar Estudos da Bíblia direccionados ou Bereanos, em vez de um estudo livre da Bíblia, e em 1910 asseverou que os seus Studies in the Scriptures [Estudos das Escrituras] eram praticamente a Bíblia em forma de tópicos.6 No entanto, Russell tentava sempre persuadir os seus seguidores em vez de os obrigar. Assim, ficou para o seu sucessor, o Juiz Joseph F. Rutherford, a tarefa de metamorfosear os Estudantes da Bíblia, governados congregacionalmente, nas Testemunhas de Jeová altamente estruturadas, governadas 'teocraticamente', entre os anos 1917 e 1938. O que Leon Trotsky declarou sobre o partido Comunista sob Lenin foi praticamente o que aconteceu às Testemunhas sob Rutherford.7 Eles evoluíram de um movimento com uma base de apoio bastante ampla, democraticamente governado, para um movimento governado por um único homem, um ditador. Por isso, não surpreende que pelo menos um estudioso das Testemunhas de Jeová na era pós-Rutherford, Werner Cohn, as tenha comparado a vários movimentos totalitários.

Escrevendo há mais de vinte e cinco anos em The American Scholar [O Erudito Americano], Cohn declarou que através de um estudo detalhado das Testemunhas de Jeová, ele estava em condições de as colocar na mesma categoria sociológica 'proletária' de várias seitas religiosas radicais, do movimento tradicional da juventude alemã (o Wandervögel), de vários grupos de juventude Sionistas, e dos Nazis e comunistas.8 Ao declarar isto, ele queria dizer que as Testemunhas de Jeová são um grupo socialmente separado que tem um sentimento de alienação em relação às sociedades mais amplas em que vivem. No entanto, além de as classificar ele examinou e analisou a escatologia milenar básica e as visões utópicas que sublinham a natureza da sua comunidade e, através desse exame e análise, explicou a natureza do seu sistema de 'governo teocrático' virtualmente totalitário. Cohn diz:

A forma de cebola [do governo] das Testemunhas de Jeová é quase um duplicado exacto da [forma de governo] dos totalitários. Há o líder e a elite que o rodeia; há várias classes de oficiais de campo e várias classes de membros das fileiras. Algumas destas classes são reconhecidas institucionalmente -- há 'pioneiros', 'pioneiros especiais' e 'publicadores da companhia' (o escalão mais baixo) -- embora o sistema de estratificação como um todo não esteja institucionalizado nem seja completamente estável. Recordemos que embora existissem vários estratos oficiais de membros nazis -- as S.A., as S.S. e as suas várias formações especiais, entre muitos outros -- o sistema de estratificação dos Nazis como um todo dependia das posições momentâneas relativas do partido, da polícia do Estado e do exército, bem como de uma identificação com uma clique pessoal. O arranjo das Testemunhas é similar.9

A análise de Cohn é indubitavelmente válida embora possa parecer demasiado severa para o leitor que conhece as Testemunhas de Jeová como 'pessoas pacíficas e bons vizinhos'. No entanto, se ele tivesse pintado a sua imagem de forma mais ampla, talvez a sua análise não parecesse tão áspera. Pois será que o sectarismo, o exclusivismo e o totalitarismo não têm eles próprios frequentemente as suas raízes nas grandes tradições monoteístas do passado e do presente? Não é o conceito da raça escolhida, do Judaísmo, basicamente sectário? Não era o Cristianismo primitivo um culto até à crucificação de Cristo e uma seita até ao tempo do Imperador Constantino? Também, será que a primitiva liderança colectiva sob os apóstolos e anciãos da igreja não evoluiu muito rapidamente para o papel de bispos monárquicos? No tempo da Reforma, não estavam os Católicos, os Calvinistas, os Anglicanos e por fim até os mais benignos Luteranos, dispostos a executar os hereges? E, muitas vezes, será que a doutrina extra ecclesiam nulla salus, conforme expressa em dezenas de formas diferentes, não significava lealdade à liderança, clero, hierarquia ou seja lá o que for, de um culto, seita ou até de uma grande igreja como a de Roma? Assim, o que Cohn diz sobre das Testemunhas de Jeová poderia ser dito sobre muitos movimentos religiosos e políticos organizados do ocidente. Mas isso não desvirtua a correcção da sua análise; só a coloca num enquadramento histórico mais amplo.

Porém, há um aspecto importante em que as Testemunhas de Jeová são únicas; elas têm pregado o milenarismo há mais tempo e mais consistentemente do que qualquer outro grande movimento sectário do mundo moderno. O milenarismo tem sido um fenómeno comum a muitos movimentos ao longo dos séculos, mas pelo menos na sua forma puramente religiosa, teve em geral de ser relegado para um plano inferior, espiritualizado, ou abandonado dentro de pouco tempo. Por volta do segundo século da era cristã, a igreja já estava avançando na direcção de abandonar a excitação milenarista do primeiro século. Milenaristas extremos, como Papias e os Montanistas, tornaram-se num embaraço para cristãos sóbrios,10 e na parte oriental do Império Romano até o livro de Revelação caiu em disputa entre os membros da igreja durante algum tempo. Novamente, quando o milenarismo ganhou alguma popularidade durante a alta Idade Média, durante a Reforma e no século XVII, raramente ou nunca se tornou num conceito doutrinal importante que tenha sido defendido durante mais de uma geração; e quando isso aconteceu, geralmente a segunda vinda de Cristo e o milénio foram preditos para algum ponto no futuro distante.11 Assim, o padrão normal tem sido os movimentos milenaristas renderem-se, ignorarem ou modificarem significativamente os seus ensinos milenaristas -- como aconteceu com os Adventistas do Sétimo Dia, os Santos dos Últimos Dias e muitos fundamentalistas -- ou tornarem-se muito isolados da sociedade -- algo que ocorreu com os Cristadelfos. Surpreendentemente, isto não aconteceu às Testemunhas de Jeová que, apesar de muitos fracassos proféticos durante mais de um século, continuaram a pregar a proximidade do milénio e cresceram até se tornarem um movimento com cerca de 2,7 milhões de membros activos e vários milhões de aderentes adicionais por todo o mundo.

As Testemunhas estabeleceram um império de impressão e edição altamente sofisticado, desenvolveram um programam missionário mundial e uma organização hierárquica altamente estruturada para governar a sua comunidade, sendo tudo isto feito através da sua principal associação legal, a Watch Tower Bible and Tract Society of Pennsylvania. Apesar do seu espírito sectário, elas também tiveram um profundo impacto em muitas das sociedades em que têm vivido, em particular nas do mundo de língua inglesa. Sobretudo nos Estados Unidos e no Canadá, elas têm tido uma grande influência na lei constitucional e têm feito muito para ampliar direitos civis em áreas como a liberdade de expressão, adoração e imprensa. Elas também têm feito muito para obrigar muitos países a levar os objectores de consciência mais a sério do que no passado.12 E, finalmente, elas têm servido simultaneamente como críticos do exercício da profissão médica e cobaias para a medicina em resultado da sua recusa em aceitar transfusões de sangue. Assim, a sua história, doutrinas, comunidade e os seus problemas actuais têm um significado que poucos movimentos sectários similares têm hoje.

A história das Testemunhas de Jeová não é inteiramente uma história de sucesso. Em anos recentes, o tempo e a história parecem tê-las apanhado. Elas já não se podem gabar, como fizeram tanto na década de 1950 como na de 1970, dizendo que eram a religião cristã que crescia mais rapidamente; e nem podem dizer que são uma comunidade unida. Hoje elas são dilaceradas por cismas pequenos mas significativos e estão sendo analisadas e criticadas por ex-membros como nunca antes na sua história.

Em muitos sentidos, as Testemunhas tornaram-se fossilizadas. Já há muitas décadas elas têm seguido as mesmas técnicas missionárias com poucos ajustes que contemplem as mudanças sociais ou tecnológicas. Elas tornaram-se cada vez mais hostis a novos desenvolvimentos intelectuais, ao mundo intelectual e a intelectuais com uma mentalidade independente dentro das suas próprias fileiras. E, o que é ainda mais significativo, a sua liderança tornou-se uma casta que se auto perpetua e que se recusa a abrir-se a criticismo novo e construtivo de praticamente qualquer tipo.

A seriedade desta situação é revelada nos acontecimentos que se abateram sobre as Testemunhas desde 1975. Antes dessa data, durante um período de nove anos, os líderes das Testemunhas, e especialmente o actual presidente da Watch Tower Society, Frederick W. Franz, proclamaram esse ano como a data provável para o fim do mundo, e uma nova excitação milenarista varreu a comunidade das Testemunhas. Em resultado disso, o número de novos convertidos disparou de forma significativa, em especial entre os anos 1968 e 1975. Porém, tal como sempre aconteceu no passado, as Testemunhas sofreram um desapontamento: o apocalipse foi novamente adiado; houve novamente uma 'peneiração' dos membros -- desta vez na ordem das centenas de milhares. Além disso, uma liderança envelhecida parecia incapaz de desenvolver algo como uma resposta satisfatória para aquilo que não aconteceu em 1975. Durante vários anos depois deste último fracasso profético, a única explicação dada pela Watch Tower Society foi uma explicação que eles tinham abandonado antes de 1966.13

Porém, gradualmente os líderes das Testemunhas tentaram desviar a atenção do seu rebanho enfatizando novamente o evangelismo: Mais pessoas têm de ter a oportunidade de ouvir as boas novas de que o milénio está prestes a surgir perante um mundo que não sabe disso, e só as Testemunhas de Jeová serão salvas da ira de Deus na batalha do Armagedom. Curiosamente, porém, o actual corpo governante das Testemunhas não fez qualquer tentativa séria de rever a sua tabela cronológica escatológica, e presentemente a Watch Tower Society ainda ensina, tal como tem feito durante muitas décadas, que o fim tem de vir antes de desaparecer a geração que tinha idade suficientemente para saber o que estava a acontecer em 1914, o ano que agora é assinalado como sendo o começo da presença invisível de Cristo e o estabelecimento do seu governo régio no céu. Embora alguns membros dos corpo governante tenham tentado recentemente mudar a sua última 'data âncora' de 1914 para 1957,14 a maioria do corpo recusou apoiar essa mudança. Portanto, neste momento as Testemunhas de Jeová ainda são confrontadas com a possibilidade de outra grande refutação em assuntos de profecia no futuro próximo.15

As páginas seguintes são, pois, uma tentativa de dar uma visão geral da história, sistema doutrinal, e comunidade das Testemunhas de Jeová desde que surgiram na segunda metade do século XIX e de demonstrar que, embora o seu milenarismo essencialmente adventista tenha sido durante muito tempo a base do seu crescimento e sucesso, também é a sua maior fraqueza. Como o fim deste mundo tem sido adiado para elas durante mais de cem anos -- algo que nunca esperaram que acontecesse -- elas não se têm podido ajustar satisfatoriamente aos acontecimentos mundiais ou a um mundo que, na sua perspectiva, continua 'gemendo'.


Notas

Por razões de economia, alguns títulos de publicações da Watch Tower são abreviados conforme é dito em seguida. Excepto quando aparecem pela primeira vez na Introdução, nos capítulos individuais ou na Conclusão, as publicações aparecem sob os seus títulos abreviados. Especificamente, são Jehovah's Witnesses in the Divine Purpose [As Testemunhas de Jeová no Propósito Divino], que aparece como Divine Purpose [Propósito Divino]; Aid to Bible Understanding (1972) [Ajuda ao Entendimento da Bíblia], que é designado como Aid [Ajuda]; Organized to Accomplish Our Ministry (1983) [Organizados Para Efectuar o Nosso Ministério], que é mencionado como Organized [Organizados]. Visto que a revista conhecida desde Março de 1939 como The Watchtower Announcing Jehovah's Kingdom [A Sentinela Anunciando o Reino de Jeová] era originalmente Zion's Watch Tower and Herald of Christ's Presence (1879-1908) [Torre de Vigia de Sião e Arauto da Presença de Cristo], depois The Watch Tower and Herald of Christ's Presence (1909-31) [A Torre de Vigia e Arauto da Presença de Cristo], The Watchtower and Herald of Christ's Presence (1931-8) [A Torre de Vigia e Arauto da Presença de Cristo], The Watchtower and Herald of Christ's Kingdom (1938-9) [A Torre de Vigia e Arauto do Reino de Cristo], é simplesmente citada como WT em todas as ocorrências. Os Yearbooks of Jehovah's Witnesses [Anuários das Testemunhas de Jeová] são geralmente mencionados por um ano específico e a palavra Yearbook [Anuário].

Quando é feita referência a 'WT reprints', essa designação indica que a citação em questão é de Zion's Watch Tower and Herald of Christ's Presence ou de The Watch Tower and Herald of Christ's Presence (Julho de 1879 até Junho de 1919) conforme editada e publicada em forma de volume em 1919. Visto que a paginação é sequencial em volumes ou 'reprints', como são geralmente chamados, os números das páginas são, é claro, muito diferentes daqueles que apareceram nas edições originais da revista.

1 H. Richard Niebuhr, The Social Sources of Denominationalism [As Fontes Sociais do Denominacionalismo] (Nova Iorque: Henry Holt and Co. 1929).

2 Thomas F. O'Dae, The Sociology of Religion [A Sociologia da Religião] (Englewood Cliffs, NJ: Prentice-Hall, Inc. 1966), 66-9; Bryan R. Wilson, Sects and Society [Seitas e a Sociedade] (Berkeley: University of California Press 1961).

3 Melvin Dotson Curry, Jr, 'Jehovah's Witnesses: The Effects of Millenarism on the Maintenance of a Religious Sect' [Testemunhas de Jeová: Os Efeitos do Milenarismo na Manutenção de uma Seita Religiosa] (dissertação de doutoramento, Florida State University, Gainsville 1980), 243.

4 Veja as páginas 44-5.

5 Curry, 183.

6 Veja a página 32.

7 Trotsky chamou ao esquema de governo de Lenin uma 'teocracia ortodoxa' e declarou: 'Os métodos de Lenin levam a isto: primeiro a organização do Partido [o caucus] coloca-se no lugar do partido como um todo, depois o Comité Central coloca-se no lugar da organização; e finalmente um único "ditador" coloca-se no lugar do Comité Central.' Isaac Deutscher, The Prophet Armed, Trotsky: 1879-1921 [O Profeta Armado, Trotsky: 1879-1921] (Londres: Oxford University Press, 1954), p. 90.

8 Werner Cohn, 'Jehovah's Witnesses as a Proletarian Movement' [Testemunhas de Jeová como um Movimento Proletário], em The American Scholar [O Erudito Americano], 24:3 (Verão 1955), p. 288.

9 Ibid, p. 292.

10 Veja 'Millennium, Millenarianism' [Milénio, Milenarismo], em The New Schaff-Herzog Encyclopedia of Religious Knowledge [A Nova Enciclopédia Schaff-Herzog de Conhecimento Religioso] (Grand Rapids, Michigan: Baker Book House 1977), 7:374-8.

11 Para uma discussão do milenarismo ao longo dos séculos, veja Norman Cohn, The Pursuit of the Millennium [A Busca do Milénio] (Nova Iorque: Oxford University Press 1961), e Edwin Leroy Froom, The Prophetic Faith of Our Fathers [A Fé Profética dos Nossos Pais] (Washington, DC: Review and Herald Publishing Association 1954), volumes 1-4.

12 Sobre este assunto, veja especialmente Jesús Jiménez, La Objectión de conciencia in España (Madrid: Editorial Cuadernos para el Diálogo, SA. 1973).

13 Veja as páginas 99-100.

14 Veja a página 218.

15 Veja a página 305.


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