Parte 11: Conclusão: As Testemunhas de Jeová e o Regime de Hitler

Mehmet Aslan, Grenzach-Wyhlen (Alemanha)


Atualmente as Testemunhas de Jeová, ao mesmo tempo que alegam que levantaram a voz contra o regime de Hitler, empregam métodos que fazem lembrar muito os do sistema político de Hitler.

Hoje Hitler e o seu sistema político estão sendo abertamente condenados pelas Testemunhas de Jeová -- e justamente, na minha opinião -- mas o espírito desse sistema sobreviveu; primariamente entre pessoas das quais não esperaríamos tal coisa.

As Testemunhas de Jeová emanam um espírito de escravatura na medida em que elas -- tal como grupos similares -- atropelam os direitos humanos. Em última análise, a propaganda das Testemunhas de Jeová é desonesta.

Uma das ofensas mais sérias desse grupo contra os direitos humanos é a restrição sobre a liberdade de expressão. Do mesmo modo que Hitler não tolerava qualquer opinião divergente, as Testemunhas de Jeová hoje estão agindo da mesma forma de modo espiritual.

Liberdade de expressão só é possível dentro de limites impostos pelas Testemunhas de Jeová. É exatamente como Hitler: qualquer pessoa que expresse uma opinião diferente da opinião oficial é colocada sob restrições e pressão. Mais: a liberdade de expressão implica que temos o direito de nos informarmos a partir de fontes disponíveis para podermos formar uma opinião. A organização das Testemunhas não gosta mesmo nada disso, porque os fatos lhes são muito desfavoráveis.

As Testemunhas de Jeová estão a fazer o que Hitler teria feito no lugar delas. Tentam tirar de circulação essas fontes de informação.

Numa carta datada de 25 de outubro de 1990, a Sociedade Torre de Vigia diz:

"Na sua carta de 17 de outubro de 1990, uma comissão judicativa da congregação de XXXXXX informou-nos que em algumas congregações de XXXXXX, os publicadores lêem o livro Crise de Consciência do apóstata Franz."

Este livro do assim chamado "apóstata Franz" é a autobiografia de um anterior membro do Corpo Governante das Testemunhas de Jeová -- o grupo que dirige essa associação -- que dá um relato exaustivo sobre essa associação; tão exaustivo que qualquer Testemunha de Jeová que leia o livro tira dele as conclusões óbvias. Para a organização das Testemunhas, isso significará uma possível perda das suas ovelhas. Os anciãos tentam evitar isso da forma descrita a seguir:

"Entretanto, os irmãos foram informados desse fato pelo corpo de anciãos da congregação XXXXXX, e pedimos que os irmãos nos notifiquem e digam se conseguiram descobrir quais são os irmãos que possuem este livro. Em cada caso, é necessário que dois anciãos falem com esses irmãos seriamente e com urgência e os avisem sobre os perigos da apostasia. Pode também ser apropriado dar um discurso durante a próxima reunião, e chamar a atenção da audiência para os perigos da literatura apóstata e avisar urgentemente os publicadores. Por favor informem-nos, também, quanto a se os irmãos envolvidos levaram a peito o vosso conselho e estão dispostos a destruir a literatura apóstata."

Este são os mesmos métodos que Hitler usou, não são? Os anciãos devem averiguar se algum publicador possui esse livro; e caso haja alguém nessas condições, eles devem proceder do modo descrito nessa carta e notificar o fato à organização das Testemunhas.

Numa carta posterior, com a data 3 de dezembro de 1990, os anciãos mais uma vez são lembrados do seu dever:

"Como ainda não recebemos qualquer resposta dos irmãos quanto a este assunto, pedimos que nos enviem a vossa declaração imediatamente."

Isto é controlo totalitário! Tão totalitário como só Hitler fazia! Não adianta fazer mais comentários, além deste:

Através de propaganda desonesta, as Testemunhas de Jeová estão advogando um sistema no qual sobrevive um espírito totalitário. Uma mácula para o verdadeiro cristianismo!


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